terça-feira, 12 de maio de 2009


É fim de tarde.
Gostaria de não estar tão povoada de pensamentos e de lembranças.
Mas as lembranças me fazem pensar... e relembrar.
Faz quanto tempo, heim?
Nem lembro mais quando foi a última vez que ouvi a sua voz.
Ou que minha mão tocou o seu rosto.
Ou que a sua mão tocou a minha mão.
Não lembro quando foi o nosso último encontro.
Mas lembro quando a gente se despediu de forma definitiva.
Não consigo lembrar de quando ou como ou por que foi assim.
Como também não consigo tocar no que sobrou.
O que sobrou?
Uma máquina fotografica?
Uma muda de roupa velha...sapatos e uma sandália?
Escova de dentes, aparelho de barbear?
Objetos que não fazem falta. E nem é motivo pra se buscar.
O que sobrou além disso?
Uma fotografia da gente juntos. Vejo a foto e finalmente consigo decifrá-la. Nao há nada na foto além de dois rostos risonhos e vazios. Tristes!
E mais nada sobrou além desse amontoado de recordação empoeirada de nada.
Qual era a nossa música? O que nos embalava? O que nos enlaçava?
Agora perdidos um do outro...não!
Agora distantes um do outro como sempre fomos.
- Nos conhecemos???
Nada disso assusta. Mas espanta!
Espanta ver o fim que não se dá conta de quando foi.
Espanta não ver nada além do imenso vasio do nada que nunca houve.
É fim de tarde e me sinto lançar nas ondas do mar.
Eu me jogo dentro do mar que me lava a alma e me assusta!