É fim de tarde.
Gostaria de não estar tão povoada de pensamentos e de lembranças.
Mas as lembranças me fazem pensar... e relembrar.
Faz quanto tempo, heim?
Nem lembro mais quando foi a última vez que ouvi a sua voz.
Ou que minha mão tocou o seu rosto.
Ou que a sua mão tocou a minha mão.
Não lembro quando foi o nosso último encontro.
Mas lembro quando a gente se despediu de forma definitiva.
Não consigo lembrar de quando ou como ou por que foi assim.
Não consigo lembrar de quando ou como ou por que foi assim.
Como também não consigo tocar no que sobrou.
O que sobrou?
Uma máquina fotografica?
Uma muda de roupa velha...sapatos e uma sandália?
Escova de dentes, aparelho de barbear?
Objetos que não fazem falta. E nem é motivo pra se buscar.
O que sobrou além disso?
Uma fotografia da gente juntos. Vejo a foto e finalmente consigo decifrá-la. Nao há nada na foto além de dois rostos risonhos e vazios. Tristes!
E mais nada sobrou além desse amontoado de recordação empoeirada de nada.
Qual era a nossa música? O que nos embalava? O que nos enlaçava?
Agora perdidos um do outro...não!
Agora distantes um do outro como sempre fomos.
- Nos conhecemos???
Nada disso assusta. Mas espanta!
Espanta ver o fim que não se dá conta de quando foi.
Espanta não ver nada além do imenso vasio do nada que nunca houve.
É fim de tarde e me sinto lançar nas ondas do mar.
Eu me jogo dentro do mar que me lava a alma e me assusta!
Rosa,
ResponderExcluirao ler o seu texto fiquei pensando nas minhas separações, foram duas, e também não lembro da despedida definitiva...
melhor viver o presente e deixar o passado com sua poeira...
beijinhos
Ju